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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Há um certo tempo atrás...


Há um certo tempo atrás, existia um rapaz cabeludo, magro e indeciso. Queria ser rockstar, sonhou em ser ator, enxergou a vida pelas lentes de óculos que não lhe serviam. Mas, o que importa? Adolescentes...

Suas concepções sobre o mundo eram tão amplas quanto a fundura de uma poça d'água. Razão, fé... essas coisas passavam pela sua mente, sim, mas eram tão certas quanto o nada. Mas, ele sonhava com algo mais além do que a cerca do seu quintal e, com o passar do tempo, suas atitudes rebeldes e os fones de ouvido no volume máximo foram sendo abandonados, até que um dia deixaram de existir. Seus cabelos não escondiam o rosto preocupado, então, não precisavam mais do tamanho agigantado. Aparou tudo e encerrou a intranquilidade que aquilo lhe causava. 

domingo, 18 de março de 2012

Os ossos nunca mentem

As pessoas mentem, os ossos não.

Os ossos não são bons nem maus.

Ossos não são apenas ossos, mas, um registro.

Neles, um especialista mais atento identificará não só os limites de um indivíduo, mas se a sua alimentação foi correta; farta ou escassa. Um universo de possibilidades, de verdades.

Não importa o quanto se possa esconder um vício, cada tragada manter-se-á registrada; não importa o quanto um homem esconda de sua família suas aspirações a esportes radicais, seus ossos certamente marcarão cada cair e levantar.

O homo sapiens em sua busca infeliz pela felicidade, mente, mata, descarna; interpreta cenas dramáticas, se vê em desgraça. Mas, a verdade será sempre verdade. E, ela, escolheu os ossos para se revelar.

Se você comeu, se você bebeu; se você sorriu, se você chorou; se amou ou odiou... tudo, está tudo ali. 

Seja qual osso for, de que lado for. Seja o martelo, do ouvido; seja o hióide, do pescoço. Está lá, a verdade do humano falso. 

Os ossos não são bons, nem maus. São um livro aberto pronto a receber mais uma página.

Não há choque nisso. Afinal, todos nós seremos revelados um dia. O improvável há de se tornar absoluto.

Assim, estaremos ajudando a girar a roda da existência. Porque, por mais que o ser humano omita...

... os ossos nunca mentem.